quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sonda revela atividade geológica recente na Lua


Novas imagens da sonda LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter) da NASA mostram que a crosta da Lua está sendo esticada, formando vales minúsculos em áreas muito pequenas da superfície lunar. 


Uma equipe de pesquisadores que analisavam imagens de alta-resolução obtidas pela câmara da LRO observou trincheiras pequenas e estreitas tipicamente com um comprimento muito maior do que a sua largura. Isto indica que a crosta lunar está sendo separada nestes locais. Estes vales lineares, conhecidos como "graben" ou fossas tectonicas, formam-se quando a crosta da Lua é esticada, quebra-se e desce ao longo da fronteira entre duas falhas. Um punhado destes sistemas graben foi descoberto na superfície lunar. 

"Nós pensamos que a Lua está num estado geral de contração global devido ao arrefecimento de um interior ainda quente," afirma Thomas Watters do Centro para Estudos Terrestres e Planetários do Museu Nacional do Ar e do Espaço em Washington, EUA, e autor principal de um artigo sobre esta pesquisa, que será publicado na edição de Março da revista Nature Geoscience. "O graben nos mostra que as forças que encolhem a Lua foram superadas em vários locais por forças que a puxam. Isto significa que as forças de contração na Lua não podem ser muito grandes, caso contrário os grabens poderiam nem sequer ter-se formado." 

A fraca contração sugere que a Lua, ao contrário dos planetas terrestres, não derreteu completamente nos estágios iniciais da sua evolução. Em vez disso, as observações suportam uma visão alternativa de que apenas o exterior da Lua derreteu inicialmente, formando um oceano de rocha derretida. 

Em Agosto de 2010, a equipe usou imagens da LRO com o objetivo de identificar sinais físicos de contração na superfície lunar, sob a forma de penhascos com a forma de lóbulos. Estas escarpas são prova de que a Lua encolheu globalmente no passado geológico recente e pode muito bem estar encolhendo ainda hoje. A equipe viu estas escarpas distribuídas amplamente pela Lua e conclui que estava encolhendo à medida que o interior arrefecia lentamente. 

Com base no tamanho das escarpas, estima-se que a distância entre o centro da Lua e a sua superfície tenha diminuído aproximadamente 91 metros. Estas fossas tectonicas foram uma descoberta inesperada e as imagens providenciam evidências contraditórias de que as regiões da crosta lunar estão também sendo separadas. 

"Este afastamento nos mostra que a Lua ainda está ativa," afirma Richard Vondrak, cientista do projeto LRO no Centro Aeroespacial Goddard da NASA, no estado americano do Maryland. "A LRO nos proporciona um olhar detalhado deste processo." 

À medida que a missão LRO progride, os cientistas terão uma melhor imagem de quão comuns são estas fossas jovens e que outros gêneros de características tectonicas estão por explorar. Os sistemas de graben que a equipe descobriu podem ajudar os cientistas a refinar o estado do stress na crosta lunar. 

"Foi uma grande surpresa quando avistamos grabens nas terras altas do lado oculto da Lua," afirma o co-autor Mark Robinson da Escola de Exploração da Terra e do Espaço na Universidade Estatal do Arizona, investigador principal da sonda. "Apontamos imediatamente para a área com o intuito de obter imagens stereo de alta-resolução para que pudéssemos criar uma vista tridimensional das fossas. É excitante descobrir algo totalmente inesperado e apenas metade da superfície lunar foi já observada em alta-resolução. Há ainda muito da Lua por explorar." 


Fonte: astro news

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