Bombas-relógio cósmicas
Astrônomos suspeitam que algumas estrelas muito velhas são mantidas coesas pela sua altíssima velocidade. Tão logo elas diminuam de velocidade, essas "bombas-relógio" cósmicas explodirão como supernovas. Essas estrelas, cujo tique-taque não pára, são as anãs-brancas, estrelas muito velhas que consumiram todo o seu combustível, não sustentando mais a fusão nuclear. Quando elas se tornam maciças demais, explodem, criando as chamadas supernovas tipo Ia.
Há duas possibilidades para que isso aconteça: uma anã-branca rouba matéria de outra estrela vizinha ou duas anãs-brancas colidem.Enquanto a primeira possibilidade parece estatisticamente muito mais provável, se ela fosse verdadeira deveríamos encontrar um monte de hidrogênio e gás nas proximidades das supernovas, vindo do que sobrou da outra estrela - mas até hoje os astrônomos não encontraram nada.
Velocidade máxima
A nova teoria é que é a velocidade que determina quando uma anã-branca explode.
Conforme a anã-branca ganha massa, ela também ganha momento angular, o que aumenta sua velocidade. Se ela girar rápido o suficiente, seu giro pode ajudar a sustentá-la até que ela atinja a chamada massa de Chandrasekhar (1,4 vez a massa do Sol), que se acredita ser a massa necessária para que a anã-branca colapse sob seu próprio peso e exploda.
Quando ela suga toda a matéria ao seu redor, sugerem os astrônomos, a anã-branca vai começar a diminuir de velocidade. Eventualmente, o giro não será mais suficiente para contrabalançar sua gravidade. Nesse momento, o contador da "bomba-relógio" cósmica zera e ela explode, criando uma supernova Ia.
Os astrônomos calculam que haja três supernovas Ia na Via Láctea a cada 1.000 anos. Se uma super anã-branca leva milhões de anos para diminuir de velocidade e explodir, então os cálculos sugerem que pode haver dúzias dessas bombas-relógio em um raio de alguns milhares de anos-luz em torno da Terra, e muitas mais pela galáxia toda.
"Nós não encontramos ainda uma dessas 'bombas-relógio' aqui na Via Láctea, mas esta pesquisa mostra que estamos observando os sinais errados. Nosso trabalho mostra uma nova forma de procurar por precursores de supernovas", disse Rosanne Di Stefano, do Centro Harvard-Smithsoniano para Astrofísica, nos Estados Unidos.
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